Vinhos, tipos e estilos I

29 de junho de 2022



Quanto mais a gente pesquisa, lê, conversa com amigos, estuda, se aprofunda, mais descrições, definições surgem, outros conceitos, opiniões.
É assim com inúmeros assuntos e não seria diferente quando falamos de vinhos e seus tipos, estilos e qualificações.
Falar sobre isso é como montar um mural e desenvolver um organograma ou um algoritmo, escalonando e tentando interpretar tantas teses e/ou teorias.
Vamos falar um pouco disso e tentar entender e desvendar esse meandros de maneira clara e para isso vamos dividirem alguns tópicos.
No final das contas, o que interessa de verdade é degustar e que o vinho que estivermos bebendo agrade ao nosso paladar e nos traga prazer. Mas é sempre bom saber o que estamos adquirindo ou consumindo.
Então vamos à um primeiro “gole” no assunto.
Uma das conceituações dividem os vinhos em Tranquilos, Espumantes e Fortificados.

Vinho Tranquilos, são todos os vinhos que não contém gás, ao contrário dos vinhos espumantes e frisantes e nem é fortificado ou generoso e são o resultado do processo de elaboração que se dá de forma natural, onde as leveduras transformam o açúcar do mosto em álcool. E após a fermentação o percentual alcoólico fica entre 7% e 16%, sem presença de gás carbônico (sem bolhas) em seu corpo.
Em outro “capítulo” vamos ver mais detalhes e divisões dos vinhos chamados tranquilos.

Espumante (ou frisante) é um tipo vinho que tem nível significativo de dióxido de carbono, fazendo-o borbulhar (perlage) quando servido. O dióxido de carbono resulta de fermentação natural, seja ela feita dentro da garrafa, método champenoise, ou fora dela, método charmat. O espumante sofre uma segunda fermentação do vinho base, no qual se encontra presente o anidrido carbônico, e por isso gera muitas bolhas e uma pressão elevada. Champagne, que por vezes é usado como sinônimo, é o espumante produzido e protegido pela denominação de origem dessa região francesa.

Vinho frisante ou gaseificado é uma classificação de um vinho pouco gaseificado, ou seja, com pouco gás carbônico, sofre somente uma fermentação e é a partir dessa única vez que o gás é produzido. Tem pressão bem mais baixa que a do espumante, praticamente a metade do dióxido de carbono, normalmente natural, mas pode ser, e muitas vezes o é, gaseificado artificialmente.

Vinhos licorosos, fortificados ou generosos são vinhos, de qualidade superior, com elevados teores de açúcar e fortificados, com uma graduação alcoólica entre 14,0 a 18 GL, na legislação brasileira, e para a produção desses vinhos é permitida e é adicionado de álcool etílico potável de origem agrícola, de caramelo ou caramelo de uva, de açúcar, mosto concentrado ou mistela simples, que interrompem a fermentação, deixando assim um maior percentual de açucares por volume. Esses vinhos podem também ser classificados como secos, quando o teor de glicose é de até 20g/L, ou doce quando o teor do açúcar ultrapassam esse valor. Também podem ser brancos ou tintos.
Alguns “personagem” famosos são:

Vinho do Porto, do norte português, com blend de várias cepas é o mais famoso dos licorosos. Pode ser branco, rosé ou tinto, e é classificado basicamente em Ruby e Tawny. A adição da aguardente vínica acontece antes de competar a fermentação, pois assim o açúcar que não foi transformado em álcool permanece na bebida.

Jerez ou Xerez, de Andaluzia, sul da Espanha. Elaborado com as castas brancas de Palomino, Pedro Ximémez e Moscatel, as únicas que são permitidas e, nesse caso, a aguardente vínica é adicionada depois da fermentação acabar, resultando em quantidade de açúcar menor que a vinho do Porto. Pode ser generoso, generoso licoroso (mais doce) ou vinho doce natural. Com um processo exclusivo da região, chamado de Solera, esse vinho tem um sabor único e o teor alcóolico pode chegar a 20%.

Além desses, outros vinhos também são destaques e foram desenvolvidos ao longo do tempo: Madeira, Marsala, Dubonnet, Mistelle, Vins doux naturels e o Vermute.
Por enquanto isso é tudo.